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segunda-feira, 23 de agosto de 2010

12 Doenças mortais curadas no século 20




De acordo com o U.S. Census Bureau (o IBGE dos EUA), a expectativa média de vida no começo do século 20 era de 47,3 anos. Um século mais tarde, esse número cresceu para 77,85 anos, devido em grande parte ao desenvolvimento de vacinas e de outros tratamentos para doenças mortais. Claro que as vacinas e os tratamentos só funcionam se forem dados, motivo pelo qual muitas dessas doenças ainda persistem em países em desenvolvimento mais pobres. Apesar do sucesso das vacinas, apenas uma dessas doenças - a varíola - foi apagada da face da Terra.
Aqui estão 12 doenças que poderiam ser completamente erradicadas do mundo se as vacinas estivessem disponíveis a todos.

12 - Catapora

Antes de 1995, um caso de catapora era um rito de passagem para crianças. A doença, causada pelo vírus varicella-zoster, cria pequenas erupções cutâneas vermelhas pelo corpo que coçam muito. O vírus se espalha quando alguém que tem a doença tosse ou espirra, e uma pessoa não imune inala as partículas virais. O vírus pode também ser passado por meio do contato com a secreção das bolhas da catapora. A maioria dos casos é sem importância, mas em casos mais graves, a catapora pode provocar infecções bacterianas, pneumonia viral e encefalite (inflamação do cérebro).
De acordo com os Centros para Controle e Prevenção de Doenças (CDC), antes de a vacina da catapora ser aprovada para uso nos EUA, em 1995, havia 11 mil pessoas hospitalizadas com a doença e 100 mortes pela catapora todo ano. Muitos países não exigem a vacinação porque a catapora não provoca muitas mortes. Eles preferem se focar na vacinação contra doenças realmente sérias, por isso a catapora ainda é comum.

Enquanto a catapora ainda é uma ocorrência relativamente comum, doenças como a malária e a difteria parecem ter sido varridas do mapa muitos anos atrás.

11 - Difteria

A difteria é causada pela bactéria Corynebacterium diphtheriae e afeta principalmente o nariz e a garganta. A bactéria se espalha por meio de gotículas das vias respiratórias que ficam no ar e de pertences pessoais compartilhados. A C. diphtheriae cria uma toxina no corpo que produz uma cobertura grossa, cinza ou preta, no nariz, na garganta ou nas vias aéreas, o que pode também afetar o coração e o sistema nervoso. Mesmo com o tratamento antibiótico apropriado, a difteria mata cerca de 10% das pessoas que contraem a doença.
A primeira vacina contra difteria foi descoberta em 1913, e embora a vacinação tenha feito as taxas de mortalidade caírem, a doença ainda existe em países em desenvolvimento e em outras áreas onde as pessoas não são vacinadas regularmente. A Organização Mundial da Saúde estima que haja no mundo cerca de 5.000 mortes por ano provocadas pela difteria.

10 - Gripe H invasiva (Hib)

A gripe H invasiva, ou doença de Hib, é uma infecção causada pela bactéria Haemophilus influenzae do tipo b (Hib), que se espalha quando uma pessoa infectada tosse , espirra ou fala. Gripe H invasiva é uma designação incorreta porque ela não está relacionada com qualquer forma de vírus de gripe. Contudo, ela pode levar à meningite bacteriana (uma infecção do cérebro potencialmente fatal), à pneumonia, à epiglotite (inchaço severo acima das cordas vocais que torna a respiração difícil) e a infecções do sangue, das juntas, dos ossos e do pericárdio (a membrana que reveste o coração).
Crianças com menos de 5 anos são especialmente suscetíveis à bactéria Hib porque elas ainda não tiveram a chance de desenvolver a imunidade necessária. A primeira vacina Hib foi licenciada em 1985, com sucesso no mundo desenvolvido. Apesar disso, a doença ainda é prevalente no mundo em desenvolvimento. A OMS estima que a doença Hib causa de 2 milhões a 3 milhões de casos de doenças sérias todo ano no mundo, a maioria pneumonia e meningite, e 450 mil mortes de crianças pequenas.

9 - Malária

Esta doença é uma infecção parasitária do fígado e das células vermelhas do sangue. Em suas formas mais leves, ela pode produzir sintomas parecidos com os de uma gripe e náusea. Em suas formas mais graves, pode causar convulsões, coma, líquido nos pulmões, falência renal e morte. A doença é transmitida pela fêmea do mosquito do gênero Anopheles. Quando o mosquito pica, o parasita entra no corpo da pessoa, invadindo as células vermelhas do sangue e causando a ruptura das células. Quando as células explodem, elas liberam substâncias que causam os sintomas da malária.
Cerca de 350 milhões a 500 milhões de casos de malária acontecem no mundo todos os anos. Cerca de 1 milhão de casos são fatais, com crianças na África subsaariana contabilizando a maioria dos mortos. Outras áreas de risco incluem as Américas Central e do Sul, a Índia e o Oriente Médio. A malária é tratada com uma variedade de drogas, algumas das quais matam os parasitas que estão no sangue e outras que previnem a infecção em primeiro lugar. Claro que se você puder evitar o mosquito infectado, que carrega o parasita, você evitará a malária, por isso a doença é frequentemente controlada usando repelente de insetos e mosquiteiros, especialmente em países pobres que não podem arcar com os custos das medicações.

8 - Sarampo

O sarampo é uma doença viral altamente contagiosa que se espalha por meio de gotículas carregadas pelo ar quando uma pessoa infectada tosse ou espirra. Embora os primeiros sintomas do sarampo imitem um simples resfriado - tosse, nariz escorrendo e vermelho, olhos lacrimejando -, essa doença é mais séria. À medida que o sarampo progride, a pessoa infectada desenvolve febre e brotoejas vermelhas ou marrons por todo o corpo. Complicações podem incluir diarreia, pneumonia, infecção do cérebro e até morte, embora isso seja mais comum em pessoas mal-nutridas ou imunodeficientes. O sarampo é uma doença historicamente devastadora, mas a OMS relatou em 2006 que as taxas de mortalidade por sarampo caíram de 871 mil para 454 mil entre 1999 e 2004, graças à imunização global.
Até 1963, quando a primeira vacina contra sarampo foi usada nos EUA, quase todo mundo com até 20 anos de idade já tinha tido sarampo. Houve uma redução de 99% no sarampo desde então, mas surtos ocorrem quando a doença é trazida de outros países ou quando as crianças não recebem a vacina ou todas as doses necessárias. No Brasil, a maioria das crianças hoje recebe a vacina contra o sarampo como parte da tríplice viral SRC, que protege contra sarampo, caxumba e rubéola, aos 12 meses de idade e entre 4 e 6 anos de idade.

7 - Coqueluche

Respiração ruidosa e pesada, típica da coqueluche. Se você suspeita que alguém perto de você está doente, afaste-se. Pertússis, ou coqueluche, ou tosse comprida, é uma infecção respiratória altamente contagiosa causada pela bactéria Bordetella pertussis. O apelido descritivo - tosse comprida - vem dos ataques de tosse provocados pela doença e que espalham a bactéria. Os ataques podem durar um minuto ou mais, levando a criança a ficar vermelha e até a vomitar. Episódios graves podem causar falta de oxigênio no cérebro. Adultos que contraem a doença geralmente têm uma tosse seca em vez da tosse ruidosa. Embora a doença possa atingir qualquer um, sua maior prevalência é em crianças com menos de 1 ano porque elas ainda não receberam todas as doses da vacina contra coqueluche. A vacina contra coqueluche foi usada pela primeira vez em 1933. Adolescentes e adultos tornam-se suscetíveis quando a imunidade das vacinas da infância acaba e eles não tomam as doses de reforço. No mundo, cerca de 50 milhões de pessoas são infectadas anualmente, e a OMS estima cerca de 294 mil mortes por ano. Contudo, 78% das crianças do mundo receberam as três doses da vacina em 2004.

6 - Doença Pneumocócica

Doença pneumocócica é o nome coletivo para as infecções causadas pela bactéria Streptococcus pneumoniae, também conhecida como pneumococo. Essa bactéria se sente à vontade em todo o corpo. Os tipos mais comuns de infecções causadas pela S. pneumoniae são as do ouvido médio, a pneumonia, a bacteriemia (infecções na corrente sanguínea), as infecções do sinus e a meningite bacteriana. Existem mais de 90 tipos de pneumococos, com os dez tipos mais comuns responsáveis por 62% das doenças invasivas no mundo.

Aqueles que estão infectados carregam a bactéria em sua garganta e a expelem quando tossem ou espirram. Como qualquer outro germe, a S. pneumoniae pode infectar qualquer um, mas certos grupos da população correm mais risco, como idosos, pessoas com câncer ou Aids e pessoas com doenças crônicas como a diabetes. A OMS estima que a doença seja responsável por mais de 1 milhão de casos fatais de doenças respiratórias; a maioria desses casos ocorrem em países em desenvolvimento. Há dois tipos de vacinas disponíveis para prevenir a doença pneumocócica, recomendados para crianças e adultos com mais de 65 anos de idade.

Vacinas prevenindo doenças como a polio e o tétano são comuns agora.

5 - Polio

Das doenças infecciosas letais para as quais a ciência desenvolveu vacinas e tratamentos, a poliomielite é a que as pessoas estão mais familiarizadas. A doença é causada por um vírus que entra no corpo pela boca, geralmente através de mãos contaminas com as fezes de uma pessoa infectada. Em cerca de 95% dos casos, a polio não produz sintoma nenhum (polio assintomática), mas no restante dos casos, a doença pode ter três formas.

A polio abortiva cria sintomas semelhantes aos de uma gripe, como infecção das vias respiratórias altas, febre, dor de garganta e mal-estar geral. A polio não paralítica é mais grave e produz sintomas similares ao da meningite leve, incluindo sensibilidade à luz e pescoço duro. Finalmente, a polio paralítica produz os sintomas com os quais a maioria das pessoas associam a doença, embora a polio paralítica contabilize menos de 1% dos casos. Essa forma da polio causa perda de controle e paralisia dos membros do corpo, dos reflexos e dos músculos que controlam a respiração.

Hoje a polio está sob controle no mundo desenvolvido, e as autoridades mundiais da saúde estão perto de controlar a doença em países em desenvolvimento também. A primeira vacina contra da polio foi criada em 1955 pelo médico Jonas Salk, usando vírus da polio inativo. Mas em 1961, o médico Albert Sabin criou a vacina oral contra a polio, com vírus enfraquecido da doença. Nos EUA, crianças recebem a vacina com o vírus inativo, mas em áreas em desenvolvimento as gotinhas, ministradas com sucesso, são mais baratas e não necessitam de um profissional da saúde especializado para a aplicação. Contudo, em raras situações, a Sabin pode causar polio.

4 -Tétano

As células reprodutivas (esporos) do Clostridium tetani são encontradas no solo e entram no corpo humana através de uma ferida na pele. Quando os esporos se transformam em uma bactéria madura, a bactéria produz tetanospasmina, uma neurotoxina (proteína que envenena o sistema nervoso do corpo) que causa espamos musculares. A toxina ataca os músculos que controlam a mandíbula, impedindo que o doente abra a boca. O travamento da mandíbula é acompanhado pela dificuldade de engolir e pelo endurecimento doloroso do pescoço, ombros e costas. Os espasmos podem, então, espalhar-se pelos músculos do abdome, braços e coxas.

De acordo com o CDC, o tétano é fatal em 11% dos casos, mas felizmente, ele não é contagioso. Para contrair tétano é preciso ter contato direto com o C. tetani. Hoje a imunização contra o tétano é padrão, mas se você se machucou de uma maneira que aumenta o risco do tétano (pisou num prego enferrujado, cortou sua mão com uma faca ou foi mordido por um cachorro, por exemplo), uma dose de reforço pode ser necessária, caso faça muito tempo que você tomou a vacina.

3 - Febre tifóide

A febre tifóide geralmente se espalha quando comida ou água estão infectadas com a Salmonella typhi, mais frequentemente pelo contato com as fezes de uma pessoa infectada. Quando a bactéria da febre tifóide entra na corrente sanguínea, o corpo monta uma defesa que causa febre alta, dor de cabeça, dores estomacais, fraqueza e falta de apetite.

Ocasionalmente, as pessoas que têm febre tifóide ficam com erupções ou manchas vermelhas pelo corpo. Em países em que o tratamento de esgoto é bom, a doença é muito rara. Contudo, pessoas que vivem em países em desenvolvimento e onde há pouco ou nenhum tratamento de água e esgoto, ou que não têm costume de lavar as mãos estão em alto risco. As principais regiões de febre tifóide são África, Ásia, Caribe, Índia e Américas Central e do Sul.

A OMS estima que 17 milhões de casos ocorrem no mundo, com 600 mil mortes todos os anos. Apesar das estatísticas alarmantes, a vacinação contra a febre tifóide está disponível para pessoas que viajam para as áreas de risco. A doença pode ser tratada de maneira eficaz com antibióticos. Sem tratamento, a febre pode continuar por semanas ou meses, e a infecção pode levar à morte.

2 - Febre amarela

A febre amarela é espalhada por mosquitos infectados com o vírus da febre amarela, o Aedes Aegypt. Icterícia, ou amarelamento da pele e dos olhos, é a marca registrada da infecção e o que dá nome à doença. A maioria dos casos de febre amarela é leve e requer apenas três ou quatro dias de recuperação, mas casos graves podem causar sangramento, problemas no coração, falência do fígado ou dos rins, disfunção cerebral ou morte.
Pessoas com a doença podem aliviar seus sintomas, mas não há tratamento específico, por isso a prevenção via vacina contra febre amarela é a chave. A vacina fornece imunidade para a doença por dez anos ou mais e geralmente é segura para qualquer pessoa acima dos 9 meses de idade.

A febre amarela ocorre somente na África, na América do Sul e em algumas regiões do Caribe, por isso, apenas quem viaja para essas regiões precisa se preocupar com ela. A Organização Mundial da Saúde estima que há 200 mil casos de febre amarela todos os anos, e 30 mil deles são fatais. Idosos estão no grupo de em alto risco para desenvolver os sintomas mais graves. Embora a vacinação e os esforços de erradicação do mosquito tenham feito grande diferença, a OMS diz que os casos de febre amarela estão em crescimento novamente.

1 - Varíola

Ao contrário das outras doenças desta lista, que podem ainda aparecer em surtos quando a vigilância das vacinas enfraquece, a varíola foi varrida da face da terra, exceto pelas amostras do vírus que estão em laboratórios de pesquisas americanos e russos.Sintomas da varíola incluem febre alta, dores de cabeça e no corpo, mal-estar, vômito. A característica mais marcante da doença são as erupções de pequenas bolhas vermelhas, que progridem para feridas que se abrem e espalham o vírus (o vírus também pode ser espalhado via contato com itens compartilhados, roupas e roupa de cama). A varíola é uma doença inteiramente humana - ela não infecta outro animal ou inseto no planeta. Assim, quando a vacinação eliminou as chances de o vírus se espalhar na população humana, a doença desapareceu.

Embora a varíola tenha sido uma das doenças mais devastadoras na história da humanidade, matando mais de 300 milhões de pessoas no mundo só no século 20, cientistas declararam o mundo livre da varíola em 1979. A ocorrência natural da doença foi erradicada, mas permanece o medo de que as amostras do vírus sejam usadas como armas biológicas.

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